Práticas
Pedagógicas na Perspectiva Inclusiva da Pessoa Surda – PS
Renecy Neves Ferreira[1]
Na atual
conjuntura, precisamos pensar e refletir no enfoque de uma politica nacional de
educação especial, na perspectiva inclusiva, que crie caminhos para uma educação
de qualidade e para todos em que as pessoas surdas sejam incluídas, estimule
suas habilidades e desenvolva seu potencial. Neste enforque, Damázio, 2010,
define com clareza que a pessoa com surdez não focar somente nas suas
necessidades, mas em suas possibilidades de aprendizagem que:
“os processos perceptivos,
lingüísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e
desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de
várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente
os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus
entornos e, se desejar, também falar.”
Diante disso,
torna-se necessário se pensar e construir práticas pedagógicas que valorize e
respeite a cultura e a especificidade do aluno com estratégias de ensino de
acordo com necessidade de cada um, e assim romper com escolas com práticas
conservadoras (Damázio,2010) “responsabiliza o sucesso ou o fracasso escolar com base
na adoção de uma ou de outra concepção com suas práticas pedagógicas
específicas.”
Nestes termos, nos leva a fazer uma reflexão que o fracasso
escolar não está centrado na questão da língua, porém de práticas pedagógicas
de qualidades e eficientes que respeitam a cultura e a língua do surdo. Para tanto, vale ressaltar que a inclusão
rompe com o paradigma do conservadorismos das escolas que se fundam na língua
oralista[2]
e ou gestualista[3] e não focam na pessoa
surda como ser com potencial .
Para tanto, dentro
deste contexto de escolher uma língua ou outra,
Alves, 2010 ressalta que devemos “pensar e
construir uma prática pedagógica que assuma a abordagem bilíngüe e se volte
para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez “; uma vez que, as
pessoas com surdez são pessoas com pensamento, com capacidade
perceptivo-cognitiva, que precisam de ambiente escolar que estimule sua
capacidade e potencial para não comprometer o seu desenvolvimento do
pensamento, da linguagem e das produção dos sentidos com práticas pedagogicas
inclusivas, que veja o ser humano (Damázio, 2010) como um ser dialógico, transformacional, inconcluso, reflexivo, síntese
de múltiplas determinações num conjunto de relações sociais, com capacidade de
idealizar e de criar.
Dentro
de uma proposta inclusiva que colocamos a execução do Atendimento Educacional
Especializado (AEE) que destaca-se três momentos didático pedagogico, AEE em
Libras. AEE de Libras, AEE de Português,além de disponibiliza serviços e
recursos de forma a complementar a formação da Pessoa Surda, visando à autonomia e à independência social,
afetiva, cognitiva e lingüística na
escola e fora dela, Damázio afirma, nesta perspectiva de que tudo se liga a tudo e que o ato de
um professor transformar sua prática pedagógica, conectando teoria e prática, a
sala de aula comum e o AEE, numa visão complementar, sustenta-se a base do
fazer pedagógico desse atendimento.
REFERENCIA:
Alves, Carla Barbosa. A Educação
Especial na perspectiva da Inclusão Escolar. Abordagem Bilíngue na
Escolarização de Pessoas com Surdez/ Carla Barbosa Alves, Josimário de Paula
Ferreira, Mirlene Marcedo Damázio. – Brasilia: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará,
2010.
Coletânea
UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional
Especializado em Construção.
ola querida colega Renecy.
ResponderExcluirSuas colocações são importantíssimas,uma vez que enquanto professores do Atendimento Educacional Especializado precisamos estar atentos,não só quanto ao nosso papel enquanto educador mas, enquanto instrumentos norteadores da aprendizagem. Para isto precisamos conhecer não só a deficiência de nosso educando mas as práticas pedagógicas adequadas e os recursos que iremos utilizar para a aprendizagem. E no que se refere a surdocegueira e deficiência Múltiplas, temos um leque de recursos que se adequam a ambas. No ato de incluir deve estar implícitos não só estruturas espaciais,estruturais,organizacionais, mas principalmente posturas pedagógicas que atendam não somente as necessidades de nosso alunos especiais,mas a todos os alunos.
Bjs!
Delma